domingo, 18 de maio de 2008

Fichamento de: DE DECCA, Edgar. “O Colonialismo como glória do Império” In: REIS FILHO, Daniel Aarão et alli. O século XX: o tempo das certezas. Rio d

O colonialismo como a glória do império.


Edgar de Decca dará início ao seu artigo citando as festividades de 22 de junho de 1897, onde se comemorava o jubileu de diamante da rainha Vitória, porém era um momento muito mais que especial, pois a Inglaterra nunca havia vivido um período de tão grande prosperidade econômica, com sua poderosa industrialização expandindo seus benefícios para um número cada vez maior de pessoas. É nesse âmbito que podemos encaixar a idéia de colonialismo defendida por de Decca, acreditando que o processo de industrialização contínua leva à expansão e a uma troca econômica e cultural:


“Agora, talvez, seja o momento de definirmos esse conjunto de acontecimentos históricos que expandiu as economias e os estados europeus para todas as partes do planeta, criando um grande sistema global de trocas de mercadorias, dinheiro, armas e população européia para o domínio de vastas áreas territoriais em todas as partes do mundo foi de tal proporção que ainda hoje estamos acostumados a definir este período da história contemporânea, que se estende de 1870 a 1914, como o período do imperialismo”.


O autor irá analisar a utilização do termo “imperialismo” como errôneo, dado que o mesmo tem um sinônimo de “construção de impérios”, pois para que este termo tivesse alguma correspondência com a realidade, seria necessário que a nação comandante desse império estendesse suas leis e suas instituições aos novos territórios e tornasse os povos dessas regiões tão iguais em direitos do que aqueles que vivem na nação-mãe; e isso nunca aconteceu. Portanto, podemos definir o imperialismo como uma política deliberada dos estados europeus de anexação de povos e territórios com vistas à expansão dos mercados capitalistas.
E De Decca irá ressaltar também, que nem todas as ampliações desses mercados capitalistas durante as últimas décadas do século XIX, foram realizadas mediante a uma ostensiva política imperialista de controle burocrático e militar de povos e nações; e um exemplo de um modo diferente de expansão foi no Brasil, que durante esse período, com a expansão da cultura cafeeira em São Paulo, concentrou grandes investimentos estrangeiros em casas bancárias e comerciais, no aparelhamento dos portos, nos transportes e serviços urbanos de São Paulo e do Rio de Janeiro, bem como na abertura de uma rede ferroviária que se estendia por toda a região de cultivo de café.
A expansão não se dava apenas pela força de mercado, haviam pactos locais, havia já uma elite de poder local que frequentemente vai se aliar à essa nova elite. O colonialismo não passava apenas pela questão racial, mas também por uma questão de elite, o que acabará gerando:


“A verdade é que não havia como ignorar a importância do debate revisionista, porque o capitalismo estava avançando em todos os lugares da Europa e fora dela, os trabalhadores industriais estavam se constituindo numa força política importante e os partidos socialistas ganhavam lugares importantes no Parlamento de vários países. Entre as vitórias conquistadas destacam-se, principalmente, a do Partido Social Democrata da Alemanha nas eleições de 1902, o crescimento do socialismo na Itália como forte presença das cooperativas camponesas, a quase-maioria dos socialistas no governo da câmara da França e também a presença marcante do Partido Socialista na Áustria”.


De Decca irá finalizar sua obra, afirmando que em um período de tantas mudanças e descobertas seria difícil avaliar como ocorreram tais transformações; porém, ele irá perceber que muitas das descobertas feitas pelas nações européias só foram possíveis, pelo desenvolvimento tecnológico propiciado pela industrialização.

2 comentários:

Unknown disse...

eu gostaria de saber esse é o volume1?

Unknown disse...

esse é o volume1?