domingo, 18 de maio de 2008

Fichamento de: SAID, Edward. Orientalismo. São Paulo, Companhia das Letras. Introdução

Orientalismo
O Oriente Como Invenção do Ocidente



Edward W. Said dará início a introdução de sua obra “Orientalismo: O Oriente como Invenção do Ocidente”, expondo a idéia que desenvolvera ao longo dos parágrafos:


“O Oriente era quase uma invenção européia, e fora desde a Antiguidade um lugar de romance, de seres exóticos, de memórias e paisagens obsessivas, de experiências notáveis. Estava agora desaparecendo: acontecera; de certo modo, o seu tempo havia passado. Talvez processasse irrelevante que os próprios orientais tivessem alguma coisa em jogo nesse processo, que mesmo no tempo de Chateaubriand e Nerval houvesse orientais vivendo lá, e que agora eram eles que estavam sofrendo; o principal, para um visitante europeu, era uma representação européia do Oriente e da sua ruína contemporânea, tanto como a outra com um significado comum privilegiado para o jornalista e seus leitores franceses”.


O autor irá analisar a conjunturas do século XX e os letrados dessa época, que irão construir a idéia de Oriente. E ao longo desse mesmo século, parte da nação do Ocidente é dada em parte pela sua contraposição do Oriente. Também a arte do século XX vai traduzir bem a imagem do Oriente pelo homem europeu; será mais um estereotipo, do que uma descrição; a cultura, nessa época, será um subproduto da economia.
Os europeus tinham uma visão bastante etnocêntrica do Oriente, sempre se baseavam na sua própria cultura, no seu modo de viver e nos seus costumes; por isso havia um certo estranhamento da parte dos mesmos.
O texto vai trabalha com questões geográficas e vai mostrar a importância do Orientalismo como forma de encarar um conjunto de culturas funcionais para se compreender a cultura Ocidental.
Said vai ainda diferenciar o Orientalismo em suas diversas formas:

“O que o orientalismo alemão tinha em comum com o orientalismo anglo-francês, e mais tarde com o americano, era uma espécie de autoridade sobre o Oriente no interior da cultura ocidental. Essa autoridade deve ser tema, em grande parte, de qualquer descrição do orientalismo, e o é neste estudo. Até o nome orientalismo sugere um estilo de especialização séria, pesada até; quando eu o aplico aos cientistas sociais americanos de hoje (visto que eles não chamam a si mesmos de orientalistas, o meu uso da palavra é anômalo), é com o fim de chamar a atenção para a maneira como os peritos no Oriente Médio ainda podem nutrir-se dos vestígios da posição intelectual do orientalismo na Europa do século XIX.”


Para finalizar, é perceptível que o autor após ter apontado para todas essas visões do Ocidente em relação ao Oriente, tendo como partida saber que a construção do Oriente ajudou ao Ocidente a montar sua própria imagem, devemos pensar o colonialismo como um processo de entender a Europa.

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